Acusado de chefiar uma organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 50 milhões do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) o ex-presidente da entidade Gilberto Linhares Teixeira, preso com outros 14 acusados na Operação Predador, da Polícia Federal, em janeiro de 2005, vai continuar encarcerado. A decisão é da ministra Laurita Vaz, que negou liminar para o trancamento da ação, também pedido pela defesa. Esta é a quinta vez que o STJ nega pedido do acusado.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a investigação identificou uma série de dirigentes do Cofen que atuavam em licitações fraudulentas por meio de direcionamento na escolha da proposta vencedora para uma empresa vinculada à quadrilha ou pelo superfaturamento do preço final. O MPF afirmou ainda, que Nelson Parreiras, na época da denúncia, vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, e João Amorin, vice-presidente do Cofen na gestão de Linhares, também participavam do grupo, que responde a processo por peculato, formação de quadrilha, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
A chamada Operação Predador foi deflagrada depois de investigações realizadas a partir de um inquérito da Delegacia Fazendária, de 1998. Foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, Piauí, Alagoas, Goiás, Rio Grande do Norte e Sergipe. Entre os acusados, estão três ex-presidentes e vários membros ligados à diretoria do conselho.