Beneficiado pela decisão da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou todos os laudos de peritos da Polícia Federal (PF) na Operação Predador, o ex-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Gilberto Linhares Teixeira responde a outro processo, no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, por homicídio qualificado. A decisão do STJ cancelou a sentença de 19 anos de prisão aplicada a Teixeira – ele foi condenado por envolvimento no desvio de R$ 100 milhões do Cofen, ao longo de dez anos.
Na sua decisão, a ministra do STJ Laurita Vaz alegou que os peritos contábeis da PF não poderiam ser considerados peritos oficiais, por não estarem registrados no Conselho Federal de Contabilidade. Como conseqüência, as sentenças de cinco pessoas foram anuladas. No Rio, o processo pelo assassinato de dois sindicalistas que denunciaram Teixeira à PF arrasta-se desde 1999. A então presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio, Edma Valadão, e o marido, Marcos Valadão, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, foram mortos a tiros em setembro de 1999.
Além de Teixeira, respondem pelos crimes na 2ª Vara Criminal o advogado Lauro Caldeira Constantino, o funcionário do Cofen Wenceslau Caldeira Constantino, irmão de Lauro, e o agente penitenciário Alfredo Coelho Cavalcanti, apontado como autor dos tiros. De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros, as investigações concluíram que o ex-presidente do Cofen teria encomendado a execução dos sindicalistas ?porque eles o denunciaram à Polícia Federal, que, na época, abriu inquérito para apurar o desvio de verbas, apropriação de bens do Cofen e falsificação de documentos?.