Tremembé, SP (AE) – Em carros separados, o ex-controlador do Banco Santos Edemar Cid Ferreira e o filho Rodrigo Cid Ferreira deixaram ontem, por volta das 16h, a penitenciária ?José Augusto César Salgado?, a P2 de Tremembé, no Vale do Paraíba. O ex-banqueiro voltou para o presídio de segurança máxima no dia 16 de dezembro, quatro dias depois de ser detido pela segunda vez junto com o filho Rodrigo. Os dois, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, ficaram juntos em uma cela.
Eles são acusados de crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os habeas corpus foram concedidos pela ministra Ellen Gracie, presidente do Superior Tribunal Federal (STF). ?Foi uma decisão extremamente correta. O réu só pode ser recolhido depois do processo finalizado ou se oferecer risco para a sociedade?, disse o advogado dele, Sérgio Bermudes. O advogado criticou a decisão da Justiça de transformar a casa de Edemar em museu. ?A transformação é um ato inominável, vai entrar para as crônicas dos absurdos forenses.?
Durante os 13 dias que passaram na penitenciária em Tremembé, interior do Estado, Edemar e Rodrigo tiveram que se enquadrar no sistema prisional. Vestiram uniformes laranja e marrom claro e trabalharam na penitenciária ajudando na lavanderia. Na semana que antecedeu o Natal, ajudaram a montar um presépio e a organizar a comemoração de Natal da unidade, que aconteceu durante o dia, em 23 e 24 de dezembro.
Alguns familiares puderam comemorar o Natal ao lado deles e participar de um almoço especial, com direito a coral com músicas natalinas. Na unidade também estão presos ex-policiais, filhos de funcionários públicos, ex-funcionários públicos e presos que cometeram crimes hediondos. Estão no presídio o filho de Pelé, Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho e também os irmãos Cravinhos, que mataram o casal Richthofen.
A penitenciária onde Edemar e Rodrigo ficaram se tornou uma exceção dentro do sistema prisional de São Paulo. São apenas 300 presos e não há superlotação. À noite a segurança é feita por gansos, que são soltos em volta dos pavilhões, em um local chamado linha de tiro. No local a maioria dos detentos trabalha e é obrigada a cumprir rigorosamente a disciplina de horários.