A disposição do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de contrariar a linha de ação do Itamaraty e interesses do Brasil em favor de outros países vem sendo registrada há pelo menos dois anos. Em maio de 2006, em Viena, na Áustria, o presidente da Bolívia, Evo Morales, recebeu um inusitado apoio de João Pedro Stedile, principal líder da organização, à sua “revolução agrária”. No encerramento do Fórum Alternativo, Stedile foi além e ofereceu a Morales as tropas do MST para expulsar os “latifundiários brasileiros” da Bolívia.

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“Estamos ansiosos, agora, com a reforma agrária (na Bolívia) e esperamos que ela comece pelas terras dos latifundiários brasileiros”, afirmou Stedile durante o evento, paralelo à reunião de cúpula da União Europeia (UE) e da América Latina.

Ainda em 2006, o líder dos sem-terra tocou outro nervo exposto da relação Brasil-Bolívia. Foi quando afirmou que “o povo brasileiro” apoiava a “estatização do setor de gás” boliviano. Duas semanas antes, Morales editara o decreto de nacionalização do setor e a ocupação de duas refinarias da Petrobrás, abrindo uma crise diplomática. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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