Dois dos principais dirigentes do Movimento dos Sem-Terra (MST) voltaram a falar em mudança de poder no País, apesar de faltar mais de um ano para o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu antigo aliado. O líder João Pedro Stédile disse que as mudanças são possíveis se ?as massas forem para as ruas?.

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Segundo ele, o MST agora está num momento de acumular forças. ?Mobilização sem crise econômica é muito difícil. Estamos num momento de descenso do movimento de massa, mas um dia vai haver uma reação.? Stédile traçou um quadro propício para a mobilização popular, mas acusou o governo Lula de ?abafar? os efeitos da crise. ?No meio do povo, a crise está sendo maquiada com o programa Bolsa-Família.

No mesmo evento, o 5º Congresso Nacional do MST em Brasília, o dirigente Gilmar Mauro disse que o movimento vai construir um novo ciclo ?que ajudará que tenha uma revolução no Brasil?. Dirigindo-se a mais de 10 mil sem-terra que lotavam o Ginásio Nilson Nelson, disse que não se fará reforma agrária sem mudar o poder no País. ?O futuro da revolução brasileira depende de nós.? Ele resumiu a missão do MST: formar militantes para fazer a reforma agrária e estimular as classes operárias, as periferias e os morros para mudar o País.

Em conversa com jornalistas, Stédile reconheceu que o modelo de reforma agrária, ?resultado de 20 anos de lutas?, fracassou. Ele acusou Lula de ter descumprido compromisso assinado durante a marcha nacional em 2005, de liberar R$ 100 milhões para agroindústrias. Contou ainda que o MST não vai parar as ocupações, mas terá novas formas de luta, principalmente contra o agronegócio.

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