São Paulo (Agência Fapesp) – Konstantin Tsiolkovsky, Robert Goddard, Wernher von Braun e outros pioneiros dos foguetes modernos certamente sorririam satisfeitos. Nunca um objeto construído pelo homem voou tão longe e voltou. Agora, quando a sonda Stardust pousar no deserto, próximo ao Campo de Testes de Utah da Força Aérea norte-americana, ela terá percorrido quase 5 bilhões de quilômetros desde que deixou a Terra, em 7 de fevereiro de 1999.

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Mas ir aonde nenhuma nave construída pelo homem jamais esteve para parafrasear o famoso bordão da série Jornada nas estrelas é o menor dos feitos da Stardust. A sonda não apenas está de volta como traz uma bagagem muito valiosa: amostras de um cometa.

São dezenas de milhares de grãos de poeira colhidos do cometa Wild 2. É a primeira vez que uma missão norte-americana volta com amostras sólidas desde o fim do programa Apolo, em 1972. Uma missão soviética não-tripulada trouxe amostras lunares em 1976. Também é a primeira amostra vinda do espaço além da Lua.

No dia 2 de janeiro de 2004, a nave da Nasa, a agência espacial norte-americana, chegou a apenas 240 quilômetros do Wild 2, o suficiente para conseguir prender as amostras em seu coletor. As partículas foram grudadas em aerogel, o mais leve de todos os sólidos. Trata-se de uma superfície gelatinosa transparente e mil vezes menos densa do que o vidro, criada na década de 1930 e aperfeiçoada pela Nasa. Muito leve, praticamente sem peso, mas altamente resistente.

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Apesar da longa jornada e de alguns problemas encontrados durante a missão, como a perda de contato com a nave devido a uma explosão solar, é a partir de agora que o principal trabalho começará. Logo em seguida ao pouso, o coletor será removido e levado ao Centro Espacial Johnson, em Houston.

Segundo a Nasa, as partículas, com cerca de um terço de milímetro cada uma, serão divididas em partes ainda menores, catalogadas e enviadas a diversos laboratórios espalhados pelo mundo. 

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