O Ministério da Saúde vai enviar nesta semana mais 1 milhão de doses de vacina contra febre amarela para São Paulo. O reforço foi acertado num telefonema nesta sexta-feira entre o ministro Ricardo Barros e o governador Geraldo Alckmin, diante do crescimento expressivo da demanda. Na última semana, com o aumento de casos da infecção no Estado, houve uma corrida aos postos de saúde. Longas filas se formaram, mesmo em áreas consideradas livres de risco.
Pelos cálculos do Ministério da Saúde, com o reforço, o potencial de pessoas que receberão a imunização sobe para 7,3 milhões em 53 municípios, incluindo a capital.
Conforme o Estado antecipou, São Paulo inicia a partir de fevereiro o fracionamento da vacina de febre amarela em locais considerados prioritários. A estratégia vai até dia 24 de fevereiro. A expectativa é imunizar 6,3 milhões de pessoas. Desse total, 4,9 milhões deverão receber a dose fracionada (com um quinto da vacina integral) e 1,4 milhão, a dose padrão.
Bahia e Rio também vão aplicar a vacina fracionada, mas a partir de 19 de fevereiro. Nesses dois Estados, as campanhas com doses fracionadas, realizadas em cidades consideradas prioritárias, irão até 9 de março.
Com fracionamento, um frasco com 5 doses da vacina de febre amarela pode vacinar 25 pessoas. Embora a dose seja menor, estudos demonstram que a vacina fracionada oferece a mesma proteção de que a vacina integral. A diferença é o tempo de proteção. Com doses menores, a vacina tem uma proteção de oito anos. De acordo com as recomendações atuais, com a vacina integral basta apenas uma dose da vacina, sem necessidade de reforço.
O Ministério da Saúde decidiu ampliar a área de vacinação diante da expansão da circulação do vírus e da identificação de casos de macacos infectados em áreas muito populosas. Não há, de acordo com a pasta, informações de casos de febre amarela urbana. O infectologista e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, disse ser mínimo o risco de reintrodução da febre amarela urbana. O último caso registrado no País foi em 1942. “A transmissão da forma urbana é feita pelo Aedes aegypti. O que se acredita, no entanto, é que nos últimos anos o mosquito em circulação no País perdeu em parte a capacidade de transmitir o vírus da febre amarela”, disse.