O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, afirmou nesta quarta-feira (15) que desde sua denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra 40 pessoas acusadas de envolvimento no escândalo do mensalão, em 11 de abril do ano passado, surgiram mais provas contra os acusados. Portanto, de acordo com ele, se o STF autorizar o início da ação penal, em julgamento marcado para a semana que vem, terá reforço nos indícios contra os envolvidos.
"Se o Supremo aceitar a denúncia abre-se espaço para o campo probatório", ou seja, da construção de provas, afirmou o procurador. Ele disse que desde a denúncia nunca parou de fazer perícias. E, no caso de o STF autorizar a abertura da ação penal novas perícias serão feitas, coletados novos documentos, convocadas testemunhas e tomados novos depoimentos. Na denúncia que fez, o procurador apontou o ex-ministro José Dirceu como o mentor do esquema do mensalão. Antonio Fernando afirmou que foi montada uma "organização criminosa com ramificações variadas e estrutura complexa dentro do governo".
Além de José Dirceu, o inquérito do mensalão envolve ex-ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, como Anderson Adauto e Luiz Gushiken. Também foram acusados ex-dirigentes petistas, como o deputado José Genoino (PT-SP) e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Parlamentares, como Valdemar Costa Neto (PR-SP), Paulo Rocha (PT-PA), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Mentor (PT-SP), além do publicitário Duda Mendonça, também foram denunciados.