SOS Cafeicultura espera reunir dois mil amanhã em Brasília

Os organizadores do movimento SOS Cafeicultura esperam reunir amanhã, em Brasília, cerca de 2 mil pessoas para participar da audiência pública que irá discutir a crise do setor, reunindo as Comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e a de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. O diretor do Sindicato Rural de Guapé, Armando Matielli, disse hoje que os primeiros ônibus com produtores já começaram a deixar os municípios do sul de Minas em direção à capital federal. A audiência está prevista para as 14h30.

De acordo com ele, o movimento pretende reunir deputados federais e representantes de Federações da Agricultura de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Bahia, além de sindicalistas, cafeicultores e representantes de diversas cooperativas de produtores. As lideranças do setor irão cobrar as reivindicações feitas por meio da Carta de Varginha, elaborada após uma manifestação que reuniu milhares de produtores naquele município em março deste ano.

Entre os principais tópicos do documento estão a conversão de todas as dívidas financeiras da cafeicultura (Funcafé e demais fontes do Crédito Rural) em produto físico (saca de 60 kg de café) por um período de 20 anos, a um preço base de R$ 320,00 por saca para o café tipo 7; o pagamento seria feito pelo sistema equivalência-produto (em sacas de café) correspondente a 5% da dívida financeira total ao ano, sem juros, por 20 anos. Pedem ainda a revisão do preço mínimo para o café, atualmente em R$ 261,69 por saca. “Este valor é ridículo, porque está abaixo do custo de produção”, disse Matielli. Além disso, pretendem discutir o leilão das opções públicas de venda do produto.

Na semana passada, o Ministério da Agricultura anunciou o adiamento dos dois primeiros leilões de opções de venda de café, que iriam ocorrer na última sexta-feira (19) e na próxima quarta-feira (24). A medida atendeu o pedido dos próprios cafeicultores, que ficaram insatisfeitos com o tipo de café descrito na portaria interministerial da semana passada, que detalhou a operação, que previa a entrega do produto do tipo 6, com 86 defeitos, peneira 14 acima, com zero de vazamento. A classificação do café será mantida (tipo 6, com 86 defeitos), agora, porém, com peneira 13 acima, e até 10% de vazamento. Uma nova portaria do Ministério da Agricultura foi reeditada hoje no Diário Oficial da União com as alterações nas especificações do tipo de café a ser comercializado nos leilões de opções pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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