O surgimento de casos de dengue num período em que a doença normalmente não se manifesta levou a Secretaria da Saúde de Sorocaba (SP) a declarar ontem alerta máximo contra a doença. Entre julho de 2014 e o início de janeiro deste ano foram registrados 138 casos, sendo 16 novas infecções apenas nos três primeiros dias de 2015. Equipes da Divisão de Zoonoses estão percorrendo as regiões com maior incidência, como os bairros Vila Fiori e Vila Angélica, zona norte da cidade, para fazer a nebulização das casas, numa tentativa de eliminar criadouros do mosquito.
Em anos anteriores, a cidade registrava poucos casos de dengue entre julho e dezembro, considerado “período silencioso” da doença. Em 2013, por exemplo, surgiram apenas 11 casos em todo o segundo semestre. De julho a dezembro de 2014, foram 128 casos, a maioria a partir de outubro. Nos três primeiros dias deste ano, foram detectados 16 novos casos, elevando em mais de 1.000% as ocorrências em relação ao período anterior.
O que preocupa é que mais de 80% dos casos são autóctones, ou seja, as pessoas se contaminaram sem sair da cidade. Durante o alerta máximo, além do combate direto ao mosquito, a Secretaria da Saúde vai realizar campanhas de orientação aos moradores para evitar que a infestação se torne uma epidemia. O calor intenso e as chuvas frequentes favorecem a proliferação do mosquito. Desde que a dengue voltou a incidir no Estado de São Paulo, Sorocaba tem mantido um bom controle sobre a doença. Em fevereiro de 2014, foi registrado o primeiro e até agora único caso de morte por dengue hemorrágica na cidade.