O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse neste sábado, na abertura da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os ataques aéreos contra alvos sírios ligados a armas químicas, que “não há solução militar para a Síria, a solução tem de ser política”, numa condenação aos ataques aéreos realizados na noite de ontem pelos Estados Unidos, França e Reino Unido. Ele pediu que os membros do grupo demonstrem moderação e evitem atos que possam agravar a situação e o sofrimento do povo sírio.
Após suas palavras iniciais, Guterres convidou o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzya, que também criticou a ação. A reunião foi solicitada hoje pelo presidente russo, Vladimin Putin, que considerou o ataque “um ato de agressão” que só piora a crise humanitária na Síria. O embaixador russo reforçou esse entendimento, salientando que os EUA, ao promover o ataque, tornou a tragédia dos sírios ainda pior. Segundo ele, o suposto ataque químico em Douma, nos arredores de Damasco, registrado na semana passada, foi usado como pretexto para ação dos EUA e seus aliados. Os russos alegam que não há provas de que houve um ataque químico promovido pelo regime de Bashar al Assad em Douma. Por isso, Nebenzya conclamou os EUA que parem com os ataques e defendeu uma resolução da ONU para condenar a “agressão” contra a Síria pelos EUA e seus aliados.
Na sequência, a representante dos EUA no Conselho de Segurança, Nikki Haley, assumiu a palavra, defendendo que há indícios claros de que a Síria não cumpriu com o compromisso de interromper seu programa de armas químicas, mesmo após seis tentativas de medidas diplomáticas. Para ela, o ataque foi “mensagem clara de que os EUA não vão permitir que o regime de Assad use armas químicas”. “Estamos preparados para continuar esta ação, se o regime de Assad requerer”, acrescentou.