Depois de se reuniram com o ministro da Defesa, Waldir Pires, o presidente da CPI do Apagão Aéreo, Marcelo Castro (PMDB-PI) e o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), disseram que a solução para a crise que afeta os principais aeroportos brasileiros sairá da reunião que ocorre neste momento, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e Pires, no Palácio da Alvorada.
"É um momento para profissionais. Deixa para quem tem competência para resolver essa crise", afirmou Castro, ao fazer um apelo para que os ministros não ligados ao setor aéreo não se intrometam. "Ministros têm que ficar calados. Intromissões, neste momento, só trazem mais problemas", afirmou Castro, numa referência à recente declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, justificando a crise ao bom momento da economia.
Tanto Castro quanto Maia argumentaram que o clima de tensão e a falta de diálogo entre os oficiais da Força Aérea Brasileira e os sargentos controladores de vôo é hoje a principal causa da crise. "Há um problema de diálogo. O primeiro passo é destensionar essa relação entre controladores e oficiais. Tem de ter um algodão entre cristais para não agravar o problema", acrescentou Castro.
"O ministro Waldir Pires nos colocou que há um conflito e que todo o governo está trabalhando para resolver a crise. O ministro deixou claro que quer resolver dentro do que prevê a legislação e a Constituição", disse o relator Marco Maia. Para o deputado, a prisão de controladores de vôo está prevista na legislação. "Os militares estão cumprindo a lei", disse o relator petista, ao se referir à prisão do presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo, Carlos Trifilio e à determinação de prisão, pela Aeronáutica, do vice-presidente da Federação, Moisés Gomes de Almeida. Ambos deram entrevistas não autorizadas pela FAB.