Pesquisadores da Universidade Stanford (EUA) criaram um programa de computador que prevê, com até 98% de acerto, se um bebê prematuro enfrentará problemas de pouca importância no desenvolvimento ou terá complicações graves nas primeiras semanas de vida. A estimativa é importante para orientar a conduta clínica dos médicos e a decisão de levar a criança a um centro especializado de saúde com suporte para terapias mais agressivas.
As técnicas atuais permitem uma precisão de, no máximo, 74% ou utilizam métodos de diagnóstico invasivos. O PhysiScore, como foi batizado, precisa apenas dos dados colhidos pelos equipamentos presentes em qualquer unidade de terapia intensiva neonatal, como as frequências cardíaca e respiratória e a oxigenação do sangue no recém-nascido. Três horas de dados bastam para levar a um prognóstico muito preciso. A inovação mereceu um artigo, divulgado ontem, pela prestigiosa revista Science Translational Medicine.
No trabalho, os cientistas descrevem como chegaram ao algoritmo – a “receita” para realizar as previsões. Eles analisaram dados vitais de 138 bebês na UTI neonatal do Hospital Infantil Lucile Packard, em Palo Alto (Califórnia). Todos foram internados entre março de 2008 e março de 2009 e tinham menos de dois quilos. Bebês que nascem antes da 38.ª semana de gestação são considerados prematuros, mas o estudo só incluiu recém-nascidos com menos de 34 semanas.
Com métodos computacionais, os pesquisadores descobriram certos padrões nos dados obtidos de bebês que enfrentaram complicações graves nas semanas seguintes ao parto – normalmente quadros de infecção intestinal ou problemas cardiorrespiratórios. Criaram então um software que processa os dados e identifica os padrões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.