Brasília – A programação da nova TV pública criada pelo governo federal estará no ar depois de realizado um período de consultas populares de no mínimo seis meses, em que o cidadão vai poder opinar sobre o que gostaria de assistir. Até lá, a emissora vai transmitir os programas atualmente veiculados pelas TVs públicas já existentes.

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A informação foi dada nesta quinta-feira (11) pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, e pelo futuro diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Orlando Senna, em entrevista coletiva da qual participou também a futura presidente, Tereza Cruvinel.

A EBC, criada oficialmente nesta quinta-feira por medida provisória, terá como um dos objetivos produzir e difundir programação informativa, educativa, cultural, científica e de recreação à população. Detalhes sobre como a consulta popular será realizada não foram divulgados.

"Vamos construir gradativamente [a grade de programação]", disse o ministro em entrevista coletiva. "Serão pelo menos seis meses de consulta à população", afirmou o futuro dirigente. Segundo ele, as consultas vão sempre retroalimentar a programação.

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A nova empresa vai separar a comunicação institucional da comunicação pública em dois canais. Os programas de governo serão produzidos e transmitidos pelo canal NBr, que já exerce essa função atualmente. Já o novo canal será a voz do cidadão e não das autoridades, disseram Franklin e Senna. Vai unir os canais públicos TV Nacional, que hoje pertence à Radiobrás, e TVE do Rio, da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). A nova estrutura também vai abrigar uma rede de rádios e um portal de notícias na internet, a Agência Brasil.

?Nós queremos a inventividade, a criatividade e a modernidade do nosso país nessa nossa tela. Por isso vamos chamar para esse esforço a produção independente, regional de todo Brasil. Ou seja, vai ser uma soma que nos dará toda uma cara e uma voz bastante características para o canal Brasil?, afirmou Orlando Senna.

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Inicialmente, a TV Brasil vai transmitir quatro horas diárias de programação independente e regional. No futuro, a idéia é que 40% dos programas sejam independentes e 40%, regionais. Orlando Senna destacou que as produtoras vão ganhar um meio para transmitir seus programas. E que a programação regional vai retratar a forma como os brasileiros vivem em todos os cantos do país, as diferentes formas de expressão.

Parcerias com TVs universitárias e educativas também estão previstas, informou Franklin. Programas de entretenimento e infantis também devem fazer parte da grade.

Em 2008, o orçamento da TV Brasil será de R$ 350 milhões. De acordo com o ministro Franklin Martins, hoje os orçamentos da Radiobrás e da Acerp somam R$ 200 milhões.