Os 60 sobreviventes da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), começaram nesta quarta-feira a serem ouvidos no Salão do Júri do Fórum da cidade, na primeira etapa do processo criminal sobre o incêndio no estabelecimento, onde morreram 242 pessoas. O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, um dos réus do processo, acompanhou os depoimentos.

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Pela manhã, foram ouvidos a funcionária Giovana Rist. Giovana afirmou não haver plano de esvaziamento do local. Também foram ouvidos Saulo Preigschadt e Daniela Medida. Preigschadt e Daniela falaram sobre os seguranças terem impedido a saída dos clientes da boate. Uma vítima não compareceu para prestar depoimento. As audiências para as vítimas testemunharem deve se encerrar no dia 10.

Manifestantes

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Cerca de 150 manifestantes estão acampados dentro do prédio da Câmara de Santa Maria desde a noite desta terça-feira, 25, para pressionar a Casa a afastar integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga responsabilidades públicas pela tragédia da Kiss. O grupo também quer a exoneração do procurador jurídico da Câmara Municipal, Robson Zinn, porque ele é do mesmo partido do prefeito Cezar Schirmer (PMDB). Diante da ocupação, a reunião desta quarta-feira da CPI, que previa depoimentos de Schirmer e da procuradora jurídica do município, Anny Desconzi, foi cancelada.

A mobilização começou pela descoberta de uma gravação na qual a presidente da CPI, Maria de Lourdes Castro (PMDB), o vice-presidente Tavores Fernandes (DEM) e um assessor criticam a relatora Sandra Rebelato (PP). Um deles dá a entender que a CPI não deveria dar em nada. O incêndio da boate aconteceu em 27 de janeiro e deixou um saldo de 242 mortos.

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