O Ministério da Saúde anunciou na manhã desta terça-feira, 31, que o número de casos confirmados de sarampo no País em 2018 chegou a 822. Balanço do último dia 18 indicava 667 ocorrências. Foram registrados cinco óbitos e o Estado do Amazonas lidera o número de casos (519).

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O balanço foi apresentado pelo ministro Gilberto Occhi durante o lançamento da a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite. O mutirão tem como foco crianças com mais de 1 ano e menores de 5 anos e vai ocorrer entre os dias 6 e 31 de agosto. A meta é vacinar mais de 11,2 milhões de crianças em todo o País.

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“Os casos de sarampo e de pólio foram banidos das doenças existentes no País há alguns anos e (houve) a queda da cobertura vacinal. As possíveis causas da queda são o sucesso da vacina, que faz com que as doenças desapareçam, o desconhecimento individual sobre o benefício da vacina e o horário de funcionamento das unidades de vacinação, que é incompatível com as atividades das famílias. O quarto item são as notícias falsas. No Brasil, temos 822 casos de contaminação por sarampo e não podemos deixar que ocorra uma contaminação maior por essa doença. Já foram confirmados cinco óbitos”, diz o ministro. Não foram registrados casos nos anos de 2016 e 2017 no Brasil.

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No País, há ainda 3.831 casos de sarampo em investigação. Não são registrados casos de poliomielite no Brasil desde 1989. “Na pólio, no mundo inteiro, estamos identificando três países que ainda têm a doença: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Não temos a identificação da circulação da pólio no Brasil, mas temos baixa cobertura vacinal,. Vacinar é importante”, afirmou Occhi. A meta é imunizar 95% do público-alvo da campanha.

Durante a apresentação, Occhi mostrou que, em 2011, a cobertura da vacina contra a poliomielite era de 101,3% e caiu para 78,4% em 2017. No caso da primeira dose da vacina contra o sarampo, passou de 102,3% (2011) para 85,2% (2017). A segunda dose passou de 92,8% (2014) para 69,9% (2017).

Mesmo crianças que já tomaram as doses das vacinas contra sarampo e poliomielite vão precisar participar da ação. “É o momento de chamar todas as crianças, criar uma barreira sanitária e corrigir possíveis falhas vacinais, porque as crianças podem não responder ao esquema e dar um reforço adicional corrige essas falhas. Não tem um risco de a criança ficar sobrecarregada”, explica Carla Domingues, coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Segundo Carla, não existe um intervalo mínimo entre as doses da vacina contra a poliomielite. No caso do sarampo, não deve tomar a vacina quem recebeu o imunizante nos últimos 30 dias. A segunda dose da vacina contra o sarampo deve ser tomada seguindo a rotina de imunização, com um intervalo de três meses entre as doses.

O investimento para a campanha foi de R$ 160,7 milhões para a aquisição de 28,3 milhões de doses das vacinas.

O esquema vacinal para poliomielite é composto por três doses administradas aos 2, 4 e 6 meses, sendo necessários dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já a imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. O esquema vacinal é de uma dose aos 12 meses, com um reforço aos 15 meses.

No Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde vai antecipar o início da campanha de vacinação para o próximo sábado, 4. A pasta afirmou, em nota, que o objetivo é “facilitar que os pais e os responsáveis levem as crianças aos postos de saúde”. No dia, cerca de 4 mil postos de imunização fixos e outros 300 volantes estarão abertos.

Alerta

Em junho, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre o risco de retorno da poliomielite em ao menos 312 cidades brasileiras, das quais 44 estão no Estado de São Paulo, com base na baixa cobertura vacinal registrada nesses locais – que não chegou a 50%, quando a meta é 95%. Em 2017, pelo menos 800 mil crianças estavam sem o esquema completo de vacinação, composto por três doses do imunizante.

Dados divulgados pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as taxas de vacinação aumentam no mundo, mas caem no Brasil há três anos.