Sob pressão, Rebelo vê bruxas soltas em Brasília

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Rebelo: as bruxas existem e
estão em Brasília.

Brasília – O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, recorreu ao ditado espanhol "não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem" para descrever a pressão do PT para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o retire do cargo e o substitua por um petista. ?Isso são como as bruxas do ditado espanhol. Mas que elas existem, existem", afirmou Rebelo.

"Mas nós não vamos nos preocupar, porque o presidente do PT, José Genoino, nos disse que (a pressão) não é uma posição oficial do partido, e é natural que um ou outro setor tenha interesse em dirigir o ministério que cuida da Coordenação Política", completou o ministro, antes de participar, em Brasília, de um encontro nacional de prefeitos.

Segundo Rebelo, não cabe aos ministros comentar ou opinar sobre o momento e o tempo de que o presidente precisa para amadurecer a reforma ministerial. "À imprensa e aos ministros cabe, naturalmente, esperar com disciplina", disse. A uma pergunta sobre a possibilidade de as pressões estarem atrapalhando o exercício de suas funções, o ministro respondeu: "Acho que quem não estiver disposto a responder às perguntas, a compreender as críticas da oposição e da imprensa e a administrar reivindicações e pressões na base do governo não deve permanecer na função".

Cotado

O arquivamento do pedido de processo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados abre caminho para o PP negociar espaço na reforma ministerial que deve ser anunciada nos próximos dias. Segundo o presidente do PP, deputado Pedro Corrêa, o Palácio do Planalto estava esperando o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, também do PP, arquivar o pedido do PSDB para chamar o partido a fim de discutir a participação na reforma. "O governo estava constrangido em conversar conosco", disse. "É ruim você conversar com alguém numa situação não resolvida", afirmou.

Corrêa acredita que Lula deve convidar o PP até sexta-feira a integrar o primeiro escalão do governo. Lula, aliás, volta hoje de viagem e deve se concentrar em concluir a reforma. "A partir de segunda, ele não quer mais tocar neste assunto", disse um interlocutor do presidente Lula nesta terça.

Mas o presidente do PP já avisa: "Não queremos porcaria". Ambicioso, Corrêa usa o argumento de o partido ter a presidência da Câmara para barganhar um espaço de prestígio na reforma ministerial. Se há quatro meses ele já se dizia satisfeito com o Ministério dos Esportes, agora, Corrêa quer mais. "Aceitamos Esportes desde que tenhamos outro ministério", diz. "O Ministério dos Esportes é pequeno", afirma.

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