Em estado de emergência por causa do confronto entre quadrilhas rivais de traficantes, Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, recebeu na quarta e nesta quinta-feira, 23, reforço da Polícia Militar. Essa guerra tem causado tiroteios constantes em favelas perto da BR-101 (Rio-Santos). Três veículos foram incendiados nos últimos dias, e o número de ônibus nas ruas foi reduzido pelas empresas.
Um dos principais destinos turísticos do Rio, por suas ilhas, praias e mar limpo, Angra tem 170 mil habitantes e vive grave escalada da criminalidade. Segundo o Instituto de Segurança Pública, a soma de homicídios dolosos e decorrentes de ações policiais, roubos seguidos de morte e casos de lesão corporal seguida de morte é de 41 casos entre janeiro e julho de 2014. No mesmo período deste ano, foram 117 ocorrências.
A PM informou que a situação estava “mais tranquila” nesta quinta. O prefeito Fernando Jordão (MDB) esteve com o ministro-chefe da Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, na quarta, para tratar da crise na cidade, que abriga duas usinas nucleares. O ministro prometeu um blindado, mas o veículo só será enviado em setembro.
Segundo Jordão, já houve assaltos em agências bancárias dentro da área das usinas, assim como bloqueios em trechos da BR-101. A Eletronuclear informou que Angra 1 e Angra 2 estão operando com plena capacidade. Declarou também que tem “plena capacidade de efetuar as operações do seu Plano de Emergência Local” e afirmou que o contato com o secretário de Segurança do Estado, general Richard Nunes, é diário.
Segundo o 33º Batalhão da PM, policiais já reforçaram o patrulhamento em pontos críticos e atuam “preventivamente diante dos confrontos entre criminosos nas comunidades do Belém e Bracuí, que ocorreram nos últimos dias”.