O índice de homicídios caiu em 2016 no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), mas a criminalidade avançou em pequenas localidades do interior. Duas cidades paulistas que nunca tiveram homicídios, Presidente Alves e Zacarias, entraram no mapa da violência.

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Agora, apenas 18 dos 465 municípios paulistas continuam sem registro de assassinatos, desde que a estatística começou, em 2001. Em 2013, eram 25. Em todo o Estado, aconteceram 3.521 homicídios com 3.674 vítimas em 2016 – no ano anterior, foram 3.759 crimes com 3.965 óbitos, segundo a pasta.

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Em Presidente Alves, cidade de 4.167 habitantes na região central do Estado, o único homicídio aconteceu no domingo, 13 de setembro, no bar da praça central. De acordo com o escrivão da Polícia Civil Gilmar Prado, ocorria ali uma confraternização entre amigos. O colhedor de laranjas Joel Rocha dos Santos, de 23 anos, matou com uma facada o pintor Ricardo da Silva, de 31. “Eles bebiam e o Joel se sentiu ofendido por um colega. Houve uma discussão, o rapaz saiu do bar e voltou armado com a faca. A briga nem era com a vítima; outro rapaz tentou apartar e foi atingido.” O autor do homicídio está preso.

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O secretário de Administração do município, Sérgio Fonseca, disse que foi um caso isolado. “É uma região com muitos presídios (três em Pirajuí, dois em Reginópolis e dois em Balbinos). As cidades vizinhas têm problemas com isso, mas aqui continua sossegado.” A professora Elza Francisco, moradora há 15 anos, não vê assim. “Tem muita gente estranha, principalmente visita de presídio.”

O primeiro homicídio de Zacarias, local de 2.542 habitantes no noroeste paulista, foi um feminicídio. Um cortador de cana encontrou a mulher morta a facadas quando chegou em casa. Segundo a Polícia Civil, o suspeito fugiu e não foi localizado. Por ficar na região dos grandes lagos do interior, à margem das represas do Rio Tietê, muitos visitantes procuram Zacarias nos fins de semana e às vezes acontecem furtos. A Polícia Civil registrou 37 ocorrências, entre eles o roubo de três veículos, em 2016.

Ladrão de galinha. As cidades que não registram homicídios há 15 anos têm, na maioria, menos de 5 mil habitantes e ficam distantes dos grandes centros. Ribeirão dos Índios, com 2.182 moradores no extremo oeste, teve 17 ocorrências policiais em 2016. Foram 7 furtos simples, 6 lesões corporais e 4 lesões em acidentes de trânsito. Um dos casos era de furto de galinhas.

As outras cidades sem homicídio desde 2001 são Águas de São Pedro; Anhumas; Borebi; Caiabu; Cruzália; Dolcinópolis; Fernão; Lourdes; Marapoama; Nova Guataporanga; Pracinha; São João do Pau D’Alho; Sebastianópolis do Sul; Trabiju; Turiúba e União Paulista.

Procurada, a SSP informou que 260 municípios do Estado não tiveram homicídios em 2016. No caso de Presidente Alves, o autor do crime foi preso em flagrante. Já em Zacarias a polícia pediu a prisão temporária de um suspeito, mas a Justiça negou e o caso continua sendo investigado. Em 2016, a taxa de homicídios no Estado foi de 8,12 por 100 mil habitantes, a menor da série histórica, com queda de 76% deste 2001. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.