O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou, em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, 15, que a situação no Ceará está “caminhando para a normalidade”. “Com a cooperação entre o governo federal e estadual, os incidentes têm diminuído sensivelmente.”
Segundo ele, por volta do dia 6 de janeiro, os ataques atingiram o pico de 77 ocorrências, e hoje os incidentes estão em menos de seis por dia. Moro chamou os ataques de criminosos de “medidas terroristas”, tomadas em virtude de uma perspectiva de uma política mais rigorosa contra as organizações criminosas. “O que eles fizeram foi explodir viaduto, buscando que o governo voltasse atrás. Desde o início sabíamos que seria um grande desafio.”
O ministro ainda desconversou sobre o fato de não ter ido ao Estado diante da crise de segurança. “Nós fomos comunicados dos problemas do Ceará, reagimos com rapidez, enviamos a Força Nacional, disponibilizamos vagas em presídios federais, ficamos agindo à distância.”
Sobre a possibilidade de a crise se espalhar para outros Estados, Moro disse que “não há indicativo concreto” de que isso vá ocorrer.
Battisti
Sobre a prisão do italiano Cesare Battisti, o ex-juiz federal disse que foi “uma grata surpresa” ter acontecido na Bolívia. Ele afirmou, contudo, que gostaria que o italiano fosse enviado ao Brasil para ser extraditado. “Não porque, como foi dito por aí, seria uma troféu. Mas seria uma forma de o Brasil mostrar de uma maneira clara que não seria mais um refúgio para criminosos de qualquer natureza, especialmente por questão político-partidária”, disse, completando, contudo, que o importante é que ele pague pelos crimes que cometeu.
Segundo Moro, o Brasil cometeu um erro pretérito ao conceder asilo a Battisti, com feições “político-partidárias”. O asilo foi concedido no último dia de mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado à prisão por Moro no caso do triplex do Guarujá.