Situação de colonos brasileiros é prioridade do governo paraguaio

Dados do Ministério das Relações Exteriores mostram que existem hoje cerca de 135 mil brasileiros que vivem da agricultura no Paraguai, os chamados ?brasiguaios?. Alguns cruzaram a fronteira para produzir soja e ajudaram o país a se tornar o quarto maior produtor mundial do grão. Outros tantos são pequenos proprietários que vivem da agricultura familiar.

São esses, de acordo com o chefe do Departamento de Comunidades Brasileiras no Exterior, Eduardo Gradiloni, que têm tido mais dificuldades para conseguir a regularização da posse das terras ocupadas. Por isso a situação desses brasileiros se tornou prioridade na ação do departamento.

?No caso do Paraguai, havia uma situação muito crítica numa colônia de brasileiros chamada Laterza Cuer", afirmou Gradiloni. Segundo ele, os brasileiros estão instalados há décadas nessa colônia, em uma região no interior do Paraguai, e já foram enganados por advogados inescrupulosos, sofreram achaques, intimidação, violência e ameaça de perder as terras.

Ele disse que estão sendo realizadas reuniões de grupos de trabalho, um fundiário e um migratório, compostos por representantes dos dois países, com o objetivo específico de resolver os problemas da titulação das terras de brasileiros. A terceira reunião foi realizada em março deste ano e, segundo Gradiloni, ?cada reunião tem produzido melhores resultados?.

Além de Laterza Cuer, pelo menos cinco colônias de brasileiros concentradas na região do Alto Paraná passam por problemas, como invasões de paraguaios, aliciamento de advogados que prometem regularizar a posse das terras e de grandes proprietários que queriam anexar a terra dos camponeses, ?colonos humildes, gente pobre?.

Entre as ações desenvolvidas para ajudar os brasileiros, está a assessoria jurídica prestada por advogados contratados pelo Consulado Geral em Cidade do Leste. Também estão sendo firmadas parcerias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com o similar no Paraguai, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), para a regularização da posse das terras de brasileiros pequenos produtores, e uma ação conjunta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a Direção Geral de Pesquisas, Estatísticas e Censos (DGEEC, na sigla em espanhol), para fazer o levantamento dos paraguaios que vivem no Brasil, e dos brasileiros instalados no Paraguai.

?Está indo tudo muito bem e o importante é que isso vai em benefício dos brasileiros que vivem no Paraguai e precisam da nossa ajuda. Porque há os outros brasileiros no Paraguai que já têm o seu negócio, a sua empresa e respondem por uma grande parte da produção, e não estão precisando de nenhum tipo apoio governamental, como esses vulneráveis que nós estamos ajudando?, disse Gradiloni.

O chefe do departamento afirmou também que não espera mudanças no posicionamento do governo paraguaio depois das eleições, independentemente de quem vença no próximo domingo (20).  ?Nós estamos tramitando tudo de uma forma legal, consensual. As tratativas com os órgãos técnicos do Paraguai estão sendo realizadas [levando em conta] o interesse recíproco?.

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