Ao mesmo tempo em que a oferta de postos de trabalho no Brasil está minguando, alguns dos principais sites de busca por emprego registram aumento considerável no número de cadastros de currículos e na quantidade de candidaturas em relação ao ano passado. O objetivo, que antes era de melhorar a condição no mercado de trabalho, agora mira na sobrevivência.

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No site Vagas.com, o número de candidaturas (quando alguém se interessa e se habilita a uma vaga oferecida no site) aumentou drasticamente. No acumulado do ano até junho, a alta foi de 75% entre os jovens de 18 a 24 anos em relação a igual período do ano passado, muito acima da elevação média de 41% considerando todas as faixas etárias. “O pessoal está mais ativo, está procurando mais emprego. Só que a oferta de empregos tem diminuído”, explica Rafael Urbano, especialista da área de inteligência de negócios do Vagas.com.

O número de currículos, por sua vez, aumentou 16% entre janeiro e junho deste ano em relação a igual período do ano passado. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o avanço foi mais intenso, de 18% no período. “Uma hipótese é que as pessoas estão forçadas a ir ao mercado de trabalho por conta da desaceleração da economia”, afirma Urbano. Ao todo, a plataforma conta com cerca de 9,5 milhões de currículos de todo o Brasil.

A boa notícia é que as experiências listadas pelos candidatos que mais cresceram no período foram tecnologia da informação e área da saúde. “Esses setores são mais especializados e tem grande oportunidade de mercado, pois falta mão de obra”, conta.

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No site da Catho, o quadro é semelhante. O volume de anúncios de emprego diminuiu 12,5% em maio ante igual mês do ano passado, mas a demanda por trabalho, pelo contrário, é cada vez maior. A quantidade de usuários que têm buscado vagas ativamente aumentou 8% no período. Ao mesmo tempo, o número de assinantes que acessaram a Catho cresceu quase 10%.

O perfil dos usuários também mudou. Em maio do ano passado, 56% dos candidatos cadastrados no site da Catho estavam sem trabalhar. Em maio de 2015, essa fatia passou a 61%.

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“O cenário é preocupante. Os brasileiros estão sentindo na pele a piora do mercado de trabalho e não há ainda sinais de recuperação”, diz Luís Testa, diretor de marketing da Catho Empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.