Nos últimos cinco anos, as viagens de ônibus rodoviários perderam 2 milhões de passageiros, de acordo com dados da Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp). É uma queda de 11,3 milhões de viagens, realizadas em 2012, para 9,4 milhões, em 2016, número mais recente. Segundo a agência, a queda, de 17%, é “explicada pela crise econômica vivida pelo Brasil desde 2013”.
A demanda atual está abaixo da média histórica, que se inicia em 2002, e é de 10,5 milhões de viagens por ano. Já houve um outro período abaixo da média, entre os anos de 2008 e 2009, mas a procura por assentos vem caindo há cinco anos consecutivos. Para que essa retração não contaminasse os estudos sobre a necessidade de oferta de lugares, necessários para a nova concessão do setor, os técnicos da Artesp preveem que nos próximos anos a venda de passagens volte a subir, indo ao encontro da média. Assim, espera-se um aumento de 0,7% da demanda ao ano até 2030.
Além dessa oscilação anual, os técnicos também identificaram sazonalidades dentro do sistema. Períodos de fim de ano e férias escolares, especialmente janeiro e dezembro, são os meses de pico. Mesmo assim, os meses de pico têm registrado menos viagens em relação aos picos anteriores. Mesmo em janeiro de 2016, o dado mais recente, as viagens ficaram abaixo das médias históricas.
Para compensar eventuais quedas de receitas futuras, decorrentes de novas reduções de demanda, a nova concessão deixa aberta a busca por receita extra por parte das empresas.
Idade
A nova concessão, lançada na sexta, determina ainda que a idade média da frota de cada empresa deverá cair de 10 para 5 anos de idade, buscando coletivos mais conservados.
Pesquisa de avaliação feita pela Artesp ainda em 2009 apontou como “ponto nevrálgico” do setor a conservação da frota de coletivos. Os passageiros também reclamam da conservação das poltronas e do ruído interno dos veículos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.