O novo sistema de formação de professores lançado nesta sexta-feira (10) pelo Ministério da Educação (MEC) terá R$ 1 bilhão em 2009 para ajudar estados e municípios a executarem seus planos estratégicos.

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O principal objetivo é ampliar o número de professores e melhorar a qualidade da formação desses profissionais. O sistema está apoiado unicamente em instituições públicas de ensino superior ou tecnológico e inclui a formação inicial e a continuada desses profissionais.

Segundo Haddad, a expectativa é que pelo menos 20 estados estabeleçam até dezembro um diagnóstico da demanda de professores necessários para atender a sua rede, além de metas qualitativas e quantitativas para essa formação.

O principal foco é atingir os cerca de 300 mil professores que atuam hoje nas escolas públicas sem nenhuma graduação e outros 300 mil que são formados em outras áreas que não a pedagogia ou a licenciatura. São os chamados “professores leigos”, que não tem formação específica para atuar em sala de aula. De acordo com o secretário de Educação à Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsy, essa 600 mil vagas devem ser atingidas em três anos.

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Bielschowsy explicou que as universidades podem optar por incluir uma reserva de vagas nos cursos de pedagogia e licenciatura para professores que já atuam nas escolas públicas mas não têm ensino superior. Segundo ele, a Bahia já começou a elaborar seu plano e prevê 42 mil vagas de formação de professores em 10 instituições. Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), por exemplo, 3 mil delas serão reservadas para esse público.

A minuta do decreto que criará o novo sistema prevê ainda que a formação inicial de professores seja feita prioritariamente em cursos presenciais. Mas, em alguns casos, os profissionais serão formados por cursos de graduação à distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

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A diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Juçara Vieira, defende que a formação seja feita em cursos presenciais. “Como nós temos sérios problemas na educação brasileira, a Capes adotou essa conceituação do ‘preferencialmente presencial’ e nós achamos que é um avanço. Mas enquanto outras profissões não aderirem à formação inicial à distância, com cursos para engenheiros, advogados, isso significa um arranjo apenas para a educação”, criticou.

Na formação continuada, ou seja, cursos de atualização e aperfeiçoamento, a categoria não vê problemas em utilizar a modalidade à distância.

O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, explicou que nesses casos o processo é semi-presencial. “A UAB tem pólos e eles são presenciais, então não é uma educação exclusivamente à distância, você tem treinamento presencial também. É uma educação semi-presencial”, aponta.