Três representantes do sindicato dos trabalhadores em empresas de transporte coletivo de Campinas, no interior paulista, foram presos, na tarde de quarta-feira, e autuados em flagrante, quando recebiam propina de um empresário do setor de saúde. Eles ameaçavam realizar greves contra o convênio médico, recém-assinado pelos donos de empresas de ônibus, em benefício de motoristas e cobradores.
Os diretores Gabriel de Souza, Marcos Cará e a advogada Kátia Gomide eram monitorados pela polícia e pelo Ministério Público, há um mês, desde que procuraram os proprietários de um clínica que operam os novos os planos de saúde da categoria na cidade. Exigiram o pagamento de R$ 600 mil de propina, correspondente à primeira parcela do convênio, argumentando que a direção sindical apoiou a assinatura na convenção coletiva da categoria e que portanto merecia receber essa comissão.
Caso não conseguissem um acordo, ameaçavam liderar uma greve de trabalhadores do setor contra o convênio médico, com o argumento de que o plano de saúde não oferecia muitos benefícios, que teria cobertura limitada. De acordo com o delegado Eduardo Simões Miraldi, "a ameaça do sindicato era no sentido de paralisar um sistema coletivo de uma cidade de 1,5 milhão de habitantes".