Brasília – Desde o acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado, o Sindicato Nacional dos Aeronautas registrou três denúncias de pilotos que foram demitidos por terem apresentado relatório de perigo em suas companhias aéreas. A informação foi dada pela presidente do sindicato, Graziella Baggio, nesta terça-feira (19) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara. Os relatórios de perigo descrevem situações que podem colocar em risco a segurança do vôo.
De acordo com Graziella, na prática o sindicato não consegue comprovar a relação entre o envio do relatório de perigo e a demissão do autor do documento, mas disse que há vídeos e relatos denunciando o fato. "Não conseguimos provar porque a empresa quando demite usa o argumento da lei. Nenhuma empresa vai admitir a demissão por conta do relatório de perigo", disse.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas defendeu uma auditoria no sistema de tráfego aéreo brasileiro, já que, segundo ela, existem dois lados para o problema: os controladores de vôo afirmam que há falhas no sistema e a Aeronáutica nega. "É preciso uma auditoria para apurar o ponto em que está o problema", defendeu.
Ela se comprometeu a enviar à CPI os documentos das denúncias. "Vamos estabelecer o nexo cronológico entre a denúncia e a demissão", disse o presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI).
Amanhã (19), deputados da CPI vão ao Cindacta 1, em Brasília, ver as condições de trabalho dos controladores e assistir ao vídeo da simulação do acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, feito pela Aeronáutica.
