O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Pólo de Melo Lopes, afirmou que as empresas siderúrgicas estão sofrendo com o impacto dos aumentos dos preços de matéria-prima (commodities) este ano. "É impossível que as empresas absorvam isso sem repassar para os preços", disse, considerando praticamente inevitável um aumento nos preços dos produtos siderúrgicos ainda este ano.
Melo Lopes preferiu não tecer previsões numéricas de quanto deveria ser a alta do preço do aço este ano. Entretanto, observou que um reajuste em torno de 65% no preço do minério de ferro, conforme anunciado pela mineradora brasileira Vale do Rio Doce para algumas de suas clientes, é um impacto considerável na composição do preço do produto siderúrgico.
Na avaliação do executivo, patamares de reajuste como esse ocorrem visto que não há mais um número variado de mineradoras para promover concorrência no fornecimento de minério de ferro – atualmente controlado pela Vale. "No passado, nós tínhamos várias empresas de mineração no Brasil – a Ferteco, a Samarco (etc). Havia uma competição no mercado interno e também no mercado externo", disse, considerando que a concentração do setor de mineração acabou por conduzir por reajustes em patamares elevados no preço do minério de ferro este ano.
Outra via
Porém, Lopes comentou que algumas empresas siderúrgicas já estão analisando maneiras de fugir desse reajuste, investindo em projetos próprios de fornecimento de matéria-prima. É o caso da Usiminas e da Gerdau, que estão analisando empreendimentos nesse sentido, segundo ele.