Brasília – O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), quer decidir o mais rápido possível que instituição fará a perícia dos documentos apresentados pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para comprovar que tinha renda suficiente para o pagamento de pensão informal de R$ 8 mil, além do aluguel de imóvel de R$ 4 mil, à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
O senador não descarta a possibilidade de ser mais uma vez adiado o parecer do relator Epitácio Cafeteira (PTB-MA), caso os técnicos que farão a auditoria julguem que o prazo para periciar os documentos é curto. "Não me importa o prazo. O que importa é que a gente apresente um trabalho o mais correto possível", afirmou.
Segundo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a perícia da documentação será feita por técnicos de um dos seguintes órgãos: Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal ou Receita Federal.
Para segunda-feira (18), às 14h30, está agendado o depoimento de Cláudio Gontijo, funcionário da empreiteira Mendes Júnior apontado pela revista Veja como fonte pagadora da pensão informal de Mônica Veloso. A dúvida dos conselheiros, agora, é se o advogado da jornalista, Pedro Calmon Mendes, poderá depor.
A avaliação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é que Calmon estaria impedido de comparecer, uma vez que defende outras causas de Mônica Veloso que tramitam em segredo de Justiça. Caso o Departamento Jurídico do Senado considere que não há impedimentos para o advogado depor, ele comparecerá à Comissão de Ética também na segunda-feira.
A decisão de adiar a votação prevista para hoje agradou a governistas e oposicionistas. O pedido foi feito pelo próprio senador Renan Calheiros e comunicado pelo líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), aos membros do
conselho. "Não dá para ficar uma pendência como essa [a divulgação da notícia de que seriam frias as notas fiscais de venda de gado apresentadas por Renan] sobre a cabeça do presidente do Senado. Ele é o maior interessado em esclarecer todos os pontos".
Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ressaltou que todas as reivindicações feitas pela oposição para evitar "um rito sumário" na votação do parecer de Cafeteira foram atendidas. "Eu espero que a perícia seja eficaz e que as oitivas esclareçam também", acrescentou.