Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), defendeu ontem o afastamento do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante as investigações. Meirelles é acusado de crime contra o sistema financeiro e de evasão de divisas.

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Severino disse que se o "Supremo Federal optou pela abertura do inquérito, existe algum indício. Para fazer as investigações, acho que ele não pode permanecer no cargo". Questionado se o mesmo procedimento valeria para o ministro da Previdência, Romero Jucá, suspeito de apresentar fazendas inexistentes como garantia a um empréstimo feito junto ao Basa (Banco da Amazônia) na época em que ele era sócio da Frangonorte, Severino afirmou que "qualquer um que seja alvo de denúncias não pode ficar no cargo".

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmou ontem que vai permanecer no cargo, apesar da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de determinar quebra do sigilo fiscal e aberturas das investigações. "Me sinto confortável para permanecer no cargo", disse. Meirelles, que é suspeito de cometer crime contra o sistema financeiro, evasão de divisas e crime eleitoral, disse que considerou positiva a decisão do Supremo. "Vai permitir que os questionamentos sejam apresentados em um fórum isento de motivações políticas", declarou.

Sobre as declarações do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que se mostrou favorável ao afastamento de Meirelles durante as investigações, o presidente do BC afirmou que o debate é livre e que esse tipo de declaração faz parte do exercício da democracia. Indagado sobre a possibilidade de concorrer ao governo de Goiás, Meirelles disse que está totalmente concentrado no seu trabalho no BC.

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