Severino diz que dinheiro não é favor

Brasília – O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), negou, ontem, que a notícia de que o governo vai liberar quase R$ 400 mil de emendas parlamentares tenha o objetivo de comprar votos dos deputados para barrar a CPI dos Correios. Segundo Severino, a liberação de verbas das emendas é previsto no orçamento e o governo não está fazendo nenhum favor aos parlamentares. "O governo não está fazendo nenhum favor em liberar as emendas parlamentares", disse Severino.

Na quinta-feira, o ministro Antônio Palocci se reuniu por quase três horas com todos os líderes da base aliada e teria prometido acelerar o cronograma de pagamento das emendas e a liberação dos investimentos dos ministérios represados até agora. O pagamento de emendas deve começar nos próximos 15 dias, prazo previsto para a votação da constitucionalidade da CPI no plenário da Câmara.

Além desta ofensiva, o governo está conseguindo que partidos aliados retirem o apoio à criação da CPI, como é o caso do PCdoB, que decidiu fechar questão contra a criação da CPI dos Correios. A proposta da oposição chegou a ser apoiada por seis deputados de sua bancada: Alice Portugal (BA), Daniel Almeida (BA), Jandira Feghali (RJ), Inácio Arruda (CE), Perpétua Almeida (AC) e Vanessa Grazziontin (AM). Com a decisão, adotada ontem pela comissão política nacional do PCdoB, os nove deputados da bancada vão acompanhar a posição do governo e votar a favor da tese de que a proposta de CPI não tem fato determinado e, por isso, é inconstitucional.

Para os comunistas, a oposição quer montar um palanque eleitoral com a CPI dos Correios para imobilizar e desestabilizar o governo. Sobre a denúncia de atos ilícitos nos Correios, o partido avalia que a Polícia Federal e o Ministério Público estão realizando uma ampla investigação. 

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