Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou a indicação do PP (Partido Progressista) e dará o comando do Ministério das Cidades, hoje ocupado por Olívio Dutra (PT-RS) para Márcio Fortes, atual secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento.
Na segunda-feira à noite, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), reuniu-se com Lula para tratar da vaga do partido no ministério. Depois foi ao ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, pedir a liberação de Fortes. No fim da noite, Severino voltou a falar com Lula sobre uma vaga para o partido no ministério. Lula oferecera o Ministério da Previdência, mas o PP insistiu e ficou com o das Cidades.
Márcio Fortes não é filiado ao PP, mas se aproximou do partido quando foi secretário-executivo do Ministério da Agricultura, na gestão de Pratini de Morais.
Além do novo ministro das Cidades, Lula pode anunciar nos próximos dias o nome do novo ministro da Previdência, que deverá ser mais um escolhido pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, possivelmente o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy. Palocci defendia o nome de seu secretário-executivo, mas Murilo Portugal não quis e por isso o nome de Levy, que está de férias, voltou a ser cogitado.
Gestão Collor
Doutor em direito e diplomata, o futuro ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, tem 63 anos, circula pelo segundo escalão do governo desde a gestão do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), quando atuou como secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia na gestão de Pratini de Morais. Já no governo Itamar Franco (1992-1994), ele assumiu a pasta interinamente e presidiu o conselho de administração de várias estatais do setor. Na gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Fortes foi secretário-executivo do Ministério da Agricultura e também presidiu conselhos de administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Desde o início do governo Lula, Fortes assumiu a Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo ministro Luiz Fernando Furlan. Fora do governo, Márcio Fortes foi secretário-geral e vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior, foi pesquisador da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) e participou de várias atividades ligadas ao comércio exterior como representante de entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Federação de Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), entre outras.
Apesar de não ser filiado a nenhum partido político, Márcio Fortes chega ao Ministério das Cidades como um técnico indicado pelo PP do presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PE). Ele conta com a simpatia da bancada do agronegócio e é reconhecido principalmente pelo seu trabalho ao lado de Pratini no Ministério da Agricultura.
