Funcionários da superintendência do Incra em São Paulo realizaram ontem uma manifestação, diante da sede da instituição, no bairro de Higienópolis, para exigir o afastamento do superintendente, Raimundo Pires da Silva. Os funcionários querem que a decisão perdure até que sejam esgotados todos os recursos do processo judicial em que ele aparece como réu, sob a acusação de improbidade administrativa.

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Na semana passada, Silva foi condenado em primeira instância, pela 2ª Vara da Justiça Federal, em Presidente Prudente, por ter autorizado em 2003 a assinatura de convênio com uma cooperativa de assentados da reforma agrária, ligada ao Movimento dos Sem-Terra (MST). Segundo o juiz, o convênio era ilegal. “O afastamento do superintendente dará mais transparência ao processo e ajudará a impedir que a reforma agrária e a imagem do Incra sejam prejudicadas”, disse o funcionário Carlos Daniel Gomes Toni, membro da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo.

Procurado pela reportagem, o superintendente do Incra não quis se manifestar. Ele é militante do PT, formado em agronomia, com mestrado em desenvolvimento econômico, espaço e meio ambiente. Até 2003, quando chegou ao Incra, com o apoio do MST, não figurava no quadro de funcionários. Naquele ano, diante das críticas de aparelhamento da instituição, ele respondeu por nota que “a probidade e a legalidade” eram “os fundamentos básicos” de suas ações. 

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