Servidores municipais entram em greve em Maceió

Servidores públicos municipais entraram em greve nesta segunda-feira (23) e ocuparam o pátio da Secretaria Municipal de Finanças, no Centro de Maceió. Liderados pelo sindicato da categoria, eles reivindicam reajuste salarial e a instituição de um Plano de Cargo e Carreira. A ocupação ocorreu logo após uma passeata dos servidores grevistas pelas ruas do Centro. Segundo o secretário de comunicação do prefeito Cícero Almeida (PP), Marcelo Firmino, a Procuradoria Geral do Município estuda entrar com uma ação na Justiça para pedir que seja decretada a ilegalidade da greve e garantir o funcionamento da Secretaria de Finanças. “Precisamos garantir o livre acesso dos servidores que quiserem trabalhar, além dos usuários que procuram a Secretaria”, disse Firmino.

O presidente do Sindicato de Servidores da Prefeitura (Sindpref), Sidney Lopes, disse que o prefeito apresentou uma proposta de reajuste de 5% para os servidores, mas reajustou o salário dele e dos secretários municipais em 80%, no início do ano. “O prefeito disse que o aumento não foi concedido por ele, que foi aprovado pela Câmara no final da gestão passada, mas nós não temos nada com isso, reivindicamos apenas um tratamento isonômico”, afirmou o sindicalista.

Em entrevista à imprensa, o prefeito negou que servidores estivessem sofrendo ‘perseguição’ em algumas secretarias para não aderirem à greve. Almeida disse que a prefeitura está com problemas na arrecadação de recursos, por isso não pode conceder 80% de reajuste salarial. Ele disse que no primeiro trimestre deste ano a arrecadação teve uma queda de 40% em relação a igual período do ano passado.

“A nossa arrecadação, que era de R$ 30 milhões, caiu para R$ 8 ou R$ 9 milhões. Existe uma crise nacional, e é necessário que haja uma preocupação por parte de todos. Esperávamos dinheiro do governo federal que não chegou. Foi um tombo por cima do outro”, argumentou o prefeito. “Por isso, estamos pensando em cortar despesas e onde pudermos cortar vamos cortar. A secretaria que tiver que fechar, vai fechar”, afirmou Almeida, rebatendo as declarações de Lopes, de que cerca de 4 mil servidores teriam aderindo à paralisação por tempo indeterminado.

Reunião

Segundo o prefeito, a greve se restringe à categoria dos guardas municipais. “Só os guardas pararam e justo eles, que foram os servidores que mais se beneficiaram com o último reajuste. Os demais órgãos funcionam normalmente, todos estão trabalhando. Os servidores entendem a situação que estamos vivendo”, afirmou. Almeida desmentiu que teria proposto R$ 1 real de reajuste às categorias e a oferta teria despertado a indignação dos trabalhadores. “Isso não existe. Seria ‘medíocre’ da minha parte”.

O prefeito também revelou que haverá uma reunião ‘decisiva’ amanhã, quando serão discutidas as finanças do município e a possibilidade de um reajuste salarial para todos os servidores. “Não adianta a gente oferecer uma coisa e amanhã não poder pagar. Por isso, só vamos oferecer aquilo que podemos pagar”, disse ele.

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