Servidores marcam greve para o próximo dia 8

Representantes dos servidores públicos federais aprovaram ontem a realização de greve nacional por tempo indeterminado, a partir do dia 8 de julho, pela retirada da proposta da reforma da Previdência Social enviada pelo governo Lula ao Congresso. Esta será a primeira paralisação geral do funcionalismo no governo Lula.

Pela primeira vez, também, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) posicionou-se contra a mobilização, defendendo a negociação de mudanças na emenda constitucional. “Será a primeira greve, mas o PT já está acostumado porque em administrações estaduais e municipais já enfrentamos paralisações. Poucas, mas conseguimos sempre negociar”, disse o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA).

Antes da deliberação, os cerca de 350 delegados sindicais, reunidos em Brasília, vaiaram a dirigente da CUT Denise Motta e integrantes da tendência Articulação, do PT, quando eles defenderam ajustes na reforma, em vez da retirada da emenda constitucional. A maioria da plenária ficou de pé para vaiar e gritar palavras de ordem contra a reforma previdenciária quando o servidor da seguridade social em Pernambuco Irineu de Araújo, da Articulação, disse que as entidades do funcionalismo deveriam lutar agora para mudar a proposta do governo Lula e não por retirá-la. “Se não fizermos isso, seremos mais uma vez derrotados como fomos na reforma previdenciária anterior e na reforma administrativa. Não podemos só ser do contra, do contra e do contra”, afirmou. Em reação, os delegados sindicais gritaram, de pé: “Sou da luta, sou radical. Essa reforma é do Banco Mundial”.

Em seguida, foi a vez da dirigente da CUT Denise Motta tentar expor as idéias da entidade sobre a Previdência. Ela foi interrompida várias vezes por vaias e palavras de ordem, como “1, 2, 3, 4, 5 mil, ou pára essa reforma ou paramos o Brasil”. A plenária foi promovida pela Confederação Nacional das Entidades dos Servidores Públicos,que reúne 11 sindicatos e 850 mil trabalhadores, incluindo professores e servidores de universidades e de escolas técnicas.

Na última quarta-feira, cerca de 20 mil servidores realizaram em Brasília o maior ato contra o governo Lula desde a posse, em 1.º de janeiro. O principal alvo foi a reforma da Previdência.

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