Representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) admitem antecipar para 15 de março o início da primeira greve do ano, que inicialmente começaria após a segunda quinzena do mês. A posição foi tomada ontem cedo, quando os servidores públicos federais realizaram uma manifestação na Esplanada dos Ministérios. Eles reivindicam recursos no Orçamento de 2006 para garantir reajuste salarial a mais de 700 mil servidores ativos e aposentados.
Os servidores alegam que há seis meses vêm negociando com o governo reajuste para os funcionários do quadro de Plano de Classificação de Cargos (PCC). Segundo o secretário-geral do Condsef, Josemilton Costa, os servidores querem antecipar a data em função de um ?recuo? do governo nas negociações.
Uma das principais críticas é em relação à demora para a definição do reajuste dos servidores pelo quadro de Plano de Classificação de Cargos (PCC). Para ele, é preciso garantir os recursos no orçamento de 2006, que deve ser votado na semana que vem pelo Congresso Nacional conforme afirmou quinta-feira o relator da proposta, deputado Carlito Merss (PT-SC).
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, o governo decidiu que só vai tratar do assunto depois que for aprovado o Orçamento para definir o percentual de reajuste de acordo com os recursos disponíveis. No entanto, na avaliação do secretário-geral da Condsef, o governo deveria apresentar a proposta e depois buscar acordos no Congresso Nacional para assegurar os recursos necessários. ?A confederação, nas últimas três semanas, fez um trabalho monstruoso no Congresso de conscientização dos parlamentares, que já sinalizaram com R$ 5,2 bilhões para gastos com pessoal. Não resta dúvida de que R$ 5,2 bilhões vão estar garantidos, mas o governo quer empurrar a Condsef com a barriga e os trabalhadores já estão apontando uma greve para 15 de março?, afirmou Costa.
O representante da confederação sugeriu ainda que o governo recorra a suplementações orçamentárias para viabilizar o aumento dos servidores, caso a verba prevista no orçamento não seja suficiente. ?Em outros anos, mesmo quando o orçamento não deu conta, o governo sempre pediu suplementação e sempre conseguiu o recurso. Não se justifica esse recuo do governo. Para nós, o governo está rompendo o acordo com a confederação?, lembrou Josemilton Costa. A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento informou que as negociações com os servidores públicos não foram encerradas. O governo estaria aberto ao diálogo.