Obstinado em conseguir o indiciamento de parlamentares e ex-parlamentares da base aliada do governo citados nas denúncias do esquema do ?mensalão?, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) deixou de lado, na tarde de ontem, o trabalho na comissão para pressionar a administração federal a liberar verbas à região eleitoral dele.
Serraglio foi ao Palácio do Planalto pedir a assessores e técnicos do Poder Executivo a liberação de emendas que apresentou ao Orçamento da União deste ano. ?Se o governo disse que as emendas de todos vão ser liberadas, então, também quero a liberação das minhas?, disse.
Cada deputado e senador tem uma cota definida de R$ 3,5 milhões no Orçamento para alocação de verbas em projetos e obras nos currais eleitorais. Geralmente, o parlamentar inclui nas chamadas emendas individuais repasse de recursos para obras de saneamento básico, construção de postos de saúde e quadras esportivas, asfaltamento de rodovias, reformas de hospitais e ajudas diversas a entidades filantrópicas.
Sobre se recebia represálias do Planalto pela atuação na CPI, que investiga petistas e outros aliados, Serraglio saiu pela tangente. ?Estive em alguns ministérios e eles disseram que as emendas não foram liberadas porque faltavam assinaturas?, disse.