Foto: Édson Santos/Agência Cãmara

Serraglio: confissão.

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Ao rebater ontem as críticas feitas pelo PT às mudanças de última hora apresentadas ao relatório da CPMI dos Correios, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) admitiu que algumas alterações atenderam a reivindicações de políticos. Momentos antes do relatório final ser votado quarta-feira pela CPMI, o relator apresentou 35 alterações ao todo, retirando o pedido de indiciamento de pelo menos uma dezena de pessoas envolvidas em supostas irregularidades com o sistema de franquias dos Correios o Instituto de Resseguros do Brasil e o mensalão. Os petistas alegaram que essas alterações feitas por Serraglio somam R$ 1 bilhão. ?Não podem imaginar que o relator é bobo e achar que vão implantar nos documentos esse número e dizer que tinha isso e eu tirei. Nós não encobrimos nada?, afirmou Serraglio.

Irritado, o relator fez questão de lembrar que o relatório paralelo do PT poupava de qualquer investigação a Prece, fundo de pensão da Companhia Estadual de Água e Abastecimento (Cedae) do Rio de Janeiro. ?Nós não escondemos a Prece no nosso relatório. A Prece era um dos fundos mais comprometidos em irregularidades e eles o excluíram do relatório paralelo. Deve ser com a Prece que eles chegam a esse número de R$ 1 bilhão?, ironizou Serraglio.

O relator reconheceu que retirou o nome de Armando Ferreira da Cunha e o do ex-deputado João Leite Neto do item do relatório que trata de franquias a pedido de um parlamentar do PFL, que preferiu não divulgar.

Para Delcídio, estratégia do PT prejudicaria Lula

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Brasília (AE) – O presidente da CPMI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que, se o PT insistisse em votar os destaques em separado depois da aprovação do relatório final da comissão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o maior prejudicado. Se atendesse aos apelos dos petistas, o primeiro destaque a ser votado seria de autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que tentava responsabilizar criminalmente o presidente Lula pelo esquema de mensalão. ?Olha o nível de irracionalidade do PT. Seria um tiro definitivo não só no PT como também em outras pessoas?, comentou. Na avaliação de Delcídio, o placar comprova, além do erro estratégico do PT, a discrepância entre o governo e o partido no Congresso.