O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou hoje a desafiar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a “debater idéias”, criticando a resistência do presidenciável petista. No encerramento do 74.º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), o tucano afirmou “o Brasil não vai ser governado só com crítica, marketing, arrogância” e lamentou que Lula tenha se “furtado” a comparecer ao encontro, para o qual foi convidado pelos organizadores ontem (10), na visita que fez à capital mineira. O candidato do PT chegou a confirmar presença no evento, mas cancelou alegando atraso em sua agenda.
Na semana passada, a assessoria do encontro enviou comunicado à imprensa afirmando que hoje, no encerramento do evento, estava previsto um debate entre os dois candidatos à Presidência.
“Eu esperava hoje aqui ter tido um contraponto, porque para esse fórum foram convidados os dois candidatos: eu e o candidato do PT e ele cancelou, segundo eu soube aqui, faltando 10 minutos ontem. Portanto, dificulta uma comparação”, disse Serra, em pronunciamento aos jornalistas. “Eu me vejo discutindo o debate. Estamos debatendo um debate que o candidato do PT quer evitar”, insistiu.
Ao falar para os empresários do setor, o candidato tucano citou o debate da Globo, para dizer que ficou claro que Lula não tinha conhecimento da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (Cide), que o petista teria se referido como um “impostozinho”, ao responder a uma pergunta do candidato derrotado do PSB, Anthony Garotinho.
O tributo é considerado por Serra fundamental para o incremento dos investimentos na recuperação de 18 mil quilômetros de estradas, nos próximos quatro anos, a um custo de US$ 700 milhões. Segundo ele, a previsão de arrecadação com o imposto este ano é de R$ 8,4 bilhões. “A gente sabe que não é um impostozinho. Ela equivale a 37% da CPMF e 50% da contribuição sobre os lucros e está vinculada à área de transportes. Então não era interessante ter o debate?”, questionou.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Luís Roberto Ponte, também lamentou a ausência de Lula, que teria em três oportunidades confirmado sua participação.