Depois de receber críticas de aliados e adversários por não ter divulgado ainda o programa de governo, o candidato a presidente José Serra (PSDB-PMDB) antecipou hoje alguns pontos do plano para o eventual mandato: criar mais 8 milhões de empregos em quatro anos, elevar para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) o gasto em pesquisa na agricultura (o que corresponde a R$ 2,5 bilhões), estimular o turismo, aumentando para US$ 80 milhões ao ano os recursos para a promoção da imagem do Brasil no exterior e investir mais na saúde.

Ao apresentar alguns detalhes do programa, Serra evidenciou que a linha do eventual governo será a do desenvolvimento, se diferenciando do caráter monetarista adotado pela equipe do ministro da Fazenda, Pedro Malan. Em palestra na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), hoje, em Brasília, Serra repetiu várias vezes que a estabilidade da economia deve ser mantida para garantir, no futuro, a geração de empregos e a segurança alimentar.

Mas mostrou-se afinado com o discurso do governo. Pleiteou um novo acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse que a luta pela estabilidade de moeda é pré-condição para instituir novas frentes de trabalho. Serra reconheceu que a meta de 10 milhões de empregos, um dos pontos do programa de governo do presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva, é ?desejável?, mas afirmou que prefere trabalhar com perspectivas mais ?conservadoras?. ?Para os próximos quatro anos, queremos criar mais 8 milhões de empregos. É uma estimativa conservadora, mas bem feita do ponto de vista da economia.? Com um discurso voltado para o desenvolvimento da agricultura, ele também defendeu que desde já sejam adotadas medidas para reduzir o preço dos derivados do trigo, produto que é importado pelo Brasil com valores cada vez mais altos por causa da desvalorização do real.

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