Serra perde apoio do PMDB de Goiás

Goiânia

  – Os senadores Maguito Vilela (PMDB), Iris Rezende (PMDB) e Mauro Miranda (PMDB) e o presidente do partido em Goiás, Helenês Cândido, anunciaram ontem que a legenda não apoiará o candidato a presidente José Serra (PSDB). O PMDB está coligado, nacionalmente, com o PSDB, conforme aprovou em convenção nacional, na qual 52 delegados goianos votaram favorável à aliança.

O rompimento com a candidatura tucana, segundo Rezende, se deve à decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de autorizar a federalização da Companhia Energética do Estado de Goiás (Celg). Rezende soube da autorização de FHC, dada por meio de uma medida provisória (MP), ontem à noite, e hoje reuniu-se com os demais líderes da sigla para decidirem o rompimento com a candidatura de Serra. Rezende, principal liderança do PMDB em Goiás, disse que sentiu-se violentado pela decisão do presidente.

Ele explicou que o PMDB goiano havia feito um acordo verbal com o presidente. Nos termos do acordo, FHC havia se comprometido com o PMDB goiano em ouvir as lideranças do partido antes de tomar qualquer decisão administrativa a respeito da Celg. A não-federalização da Celg tem sido uma das principais bandeiras defendidas pelo partido em Goiás.

Segundo a assessoria de Vilela, que votou contra a aliança com o PSDB na convenção, o PMDB em Goiás apoiará o candidato que estiver comprometido com a desfederalização da Celg. Ontem, durante debate promovido em Goiânia com os candidatos a governador, Vilela disse que deve apoiar ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Ciro Gomes (PPS).

Divisão

O comando da campanha tucana está dividido sobre quem deve rebater as acusações do candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes: o próprio José Serra, candidato do PSDB, ou seus aliados. Alguns assessores vêm orientando Serra a abandonar o lado “brigão” adotado pelo tucano no debate transmitido no domingo pela TV Bandeirantes, porque pesquisas qualitativas realizadas nos últimos dias indicam que a maioria do eleitorado é avessa a esse perfil incorporado pelo candidato. Outros acham que ele tem mesmo é de continuar a “desmascarar” Ciro.

Isto porque Serra fora recomendado havia um mês e meio a abandonar as duras críticas a Ciro Gomes quando ainda estava em segundo lugar. E o resultado não deu certo. O candidato da Frente Trabalhista melhorou seu desempenho, caiu no gosto de uma fatia do eleitorado e assumiu o segundo lugar. “Alguns avaliam que a falta de agressividade levou Serra a cair nas pesquisas”, disse um dos assessores do tucano .

Para o presidente do PMDB do Rio de Janeiro, Moreira Franco, o presidenciável do PSDB tem de ser sincero e verdadeiro e, se for necessário, deve “bater” em Ciro Gomes.

Tucano evita polêmica

Recife

(AE) – O presidenciável tucano José Serra chegou no fim da tarde de ontem ao Recife tentando pôr um fim à polêmica criada em torno da possibilidade de seu principal aliado no Estado, o peemedebista Jarbas Vasconcellos, abrir seu palanque ao candidato do PPS, Ciro Gomes. “Eu e o Jarbas já conversamos sobre esse tititi. Eu vou fazer campanha para ele e ele vai fazer campanha para mim”, disse Serra ao chegar.

O candidato tucano participou com Jarbas, o vice-presidente da República, Marco Maciel, e outros líderes políticos locais da inauguração de seu comitê de campanha no Estado. O governador também fez questão de reafirmar seu apoio ao candidato tucano, repetindo que votará nele e fará campanha pela sua vitória.

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