Serra nega que obras na marginal provoquem enchentes

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), defendeu hoje que as obras de ampliação da Marginal do Tietê têm impacto “zero” nas enchentes que atingiram a capital paulista nos últimos meses. “O impacto é zero”, afirmou, após evento da Secretaria da Educação, na capital. “As obras compensatórias criam até vantagem, como o plantio de árvores.”

Segundo parecer do Conselho Municipal do Meio Ambiente, a construção da pista extra elimina 18,9 hectares de área permeável, o equivalente a 19 campos de futebol. Mesmo assim, Serra defendeu hoje a sustentabilidade da obra. “Quem fala dos impactos achando que conhece o assunto não sabe o que está acontecendo. Algumas pessoas fazem isso com pura má-fé”, rebateu.

Segundo a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), órgão vinculado à Secretaria Estadual dos Transportes, a ampliação não contribuiu para o transbordamento de setembro passado, pois as obras estavam ainda em fase de abertura de pistas. Além disso, de acordo com a Dersa, depois de pronta, a nova pista vai impermeabilizar 0,006% da área total da bacia do Tietê no Estado.

A Nova Marginal consiste na construção de uma pista auxiliar, entre a expressa e a local, ao longo dos 24,5 quilômetros da via. As obras começaram em 4 de junho de 2009. Em 9 de setembro, o Rio Tietê transbordou e alagou a marginal, o que não acontecia desde 2005.

O investimento total na ampliação da Tietê será de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão do Tesouro estadual e R$ 200 milhões das concessionárias de rodovias com ligação com a marginal.

Intervenção

O governador anunciou hoje que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente vai intervir em licenciamentos ambientais feitos pelas prefeituras paulistas mas vistos como inadequados pelo Estado. Se necessário for, afirmou Serra, o Estado fará leis de proteção.

A ação vai se concentrar na várzea do Rio Tietê, na Grande São Paulo, para evitar a impermeabilização da área e enchentes. O veto acontecerá principalmente no caso de aterros irregulares feitos por empresas privadas e da construção de estradas por parte do poder público.

“Mandei tirar fotos do Alto Tietê. Na Grande São Paulo, é impressionante a impermeabilização, o que anuncia enchentes no futuro”, disse Serra. “A Secretaria de Meio Ambiente tem instrumentos para intervir e, se necessário for, faremos até lei para isso. Vamos também multiplicar as forças da polícia ambiental na região.”

Socorro

O governador reiterou hoje a disposição em ajudar as cidades paulistas atingidas por enchentes na virada do ano. “A nossa disposição é total, inclusive com recursos”, afirmou.

Serra disse que a Secretaria da Saúde reconstruirá o posto de atendimento de São Luiz do Paraitinga, destruído pela chuva, e o governo enviará uma unidade móvel do Poupatempo para a cidade, para que os moradores possam refazer os documentos perdidos nas águas. Em Cunha, o governador prometeu reconstruir as estradas rurais devastadas pela chuva.

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