Nomes de destaques do PSDB nacional foram prestar as últimas homenagens a Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros, o Artur da Távola, que morreu na sexta-feira (9), em sua casa, de insuficiência cardíaca, aos 72 anos. O corpo do ex-senador, jornalista e escritor foi velado neste sábado (10) na Assembléia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) e sepultado no fim da tarde no Cemitério São João Baptista.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma coroa de flores. O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, vieram ao Rio para a despedida.
Com lágrima nos olhos, Serra lembrou do tempo em que ele e Távola passaram juntos quando foram exilados e dividiram um apartamento na Bolívia. "Eu o vi pela última vez no hospital há algumas semanas. Achei que ele estava combalido fisicamente", disse, comentando, porém, que isso não o impediu de conversar sobre vários assuntos. Serra ainda fez menção à história de homem público de Artur da Távola e de "grande" conhecedor da música popular brasileira. "Era um homem que se expressava muito bem, sem raiva, mas com convicções. O melhor orador que o Senado tinha", disse.
Geraldo Alckmin afirmou que com a morte de Artur da Távola, o Brasil perdeu um bom exemplo em meio a um cenário conturbado. "Fica seu bom exemplo, um bom exemplo em que temos de nos mirar em um momento de turbulência na política brasileira", disse. Na avaliação de Alckmin, atualmente o Brasil vive uma crise de valores na área política. "Por isso, é preciso fortalecer os bons exemplos, como Ulysses Guimarães, Mário Covas e como Artur da Távola, que já nos deixaram." Alckmin foi o primeiro dos grandes nomes do PSDB a comparecer ao velório de Távola.
Em seguida, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, falou rapidamente. Emocionado, Aécio afirmou que Távola era um homem que conseguia reunir uma grande capacidade intelectual e um histórico de lutas por boas causas. "É uma perda imensa, fui seu colega na Constituinte. Sentirei saudades", disse. Alckmin e Aécio não ficaram para o enterro.