A rodada extra no programa Mais Médicos lançada nesta terça-feira, 1, vai atender 310 cidades – entre elas, 184 que ainda não haviam aderido ao programa, mas estão dentro dos critérios de vulnerabilidade social, e outras 126 que já participam, mas pediram mais profissionais e têm ainda equipes de saúde da família incompletas. A contratação de médicos para o programa havia se encerrado no final do ano passado, quando o governo anunciou que havia atingido a meta de contratar 13.235 profissionais para 4.040 municípios. Desses, 10.687 são médicos cubanos contratados por meio de convênio com a Organização Pan-americana de Saúde. Apenas 1.433 brasileiros formados no País estão no programa. Os demais 1.115 são ou outros estrangeiros ou brasileiros formados no exterior. “Seria impossível atender o Brasil real sem a participação dos cooperados (os médicos cubanos). Isso mostra o acerto da estratégia do governo federal”, afirmou Chioro, ao defender o acordo com o governo de Cuba.
Essa nova etapa, visando atender exclusivamente esses 310 municípios, tem período de inscrição bastante curto. A inscrição para médicos brasileiros foi aberta hoje e já sem encerra na próxima quinta-feira, 3. Formandos no exterior terão entre os dias 5 e 7 de abril. Se as vagas não forem preenchidas, serão chamados mais profissionais cubanos. “Precisamos fazer um rito curto para passar logo a situação de estabilidade do programa. Precisamos poder avaliar o impacto do programa e desencadear toda estratégia de tutoria e especialização para os médicos”, afirmou o ministro. Até junho, todos os novos médicos selecionados – inclusive os novos cubanos que poderão ser chamados para preencher essas vagas – deverão estar trabalhando. A partir daí, há outro problema: a lei proíbe contratações em anos eleitorais.
São Paulo tem 21 municípios na lista dos que poderão ser contemplados. A maioria deles já faz parte do programa e pediu ampliação. Apenas quatro – Araras, Guaratinguetá, Juquitiba e Pindamonhangaba – não aderiram nos quatro ciclos anteriores e poderão fazê-lo agora. “Um contingente importante não fez a adesão por vários motivos. Houve casos de transição, novos prefeitos. E alguns não tiveram coragem de enfrentar o debate. Mas achamos importante essa nova oportunidade”, disse Chioro.
O ministério também apresentou dados de uma pesquisa preliminar com 688 equipes de saúde da família completadas com os profissionais do Mais Médicos. O número de consultas marcadas cresceu 7%. O número de consultas e acompanhamentos de pessoas com hipertensão, 27,3%; de diabéticos, 14,3%; de saúde mental, 17,3%. “A estratégia adotada pelo governo federal foi muito correta porque priorizou as áreas de maior vulnerabilidade. A chegada desses profissionais teve impacto muito significativo e vai proporcionar mudanças significativas nos nossos indicadores”, afirmou Chioro.