Um sequestrador mantém um homem refém no Hotel Saint Peter, região central de Brasília, desde a manhã desta segunda-feira (29). Ele pede a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti e a aplicação prática da Lei da Ficha Limpa como condições para soltar o refém, afirmou o chefe da Divisão de Comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal, o delegado Paulo Henrique Almeida.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou com autoridades, o nome dele é Jac Souza dos Santos, tem 30 anos, e foi vereador pelo PP na cidade de Combinado, interior de Tocantins. Jac tem uma fazenda avaliada em R$ 600 mil. Ele também foi secretário de Agricultura da cidade de Combinado.
O nome da vítima, que é funcionário do hotel, é Ailton. O nome de Ailton foi confirmado por Clodoaldo Andrade, que é secretário-geral do PTN e ex-gerente do hotel, que tem entre eus sócios o presidente da sigla, José de Abreu.
Segundo Paulo Henrique Almeida, o criminoso está “reticente” em se entregar e tem feito ameaças constantes de detonar um suposto explosivo. Almeida ainda informou que um dos três negociadores que mantêm contato com o criminoso é especialista em explosivos e está no 13º andar do hotel, onde o caso transcorre.
Ele vai tentar saber se o artefato que está com o criminoso é bomba ou não. Almeida pondera, no entanto, que, mesmo sendo uma bomba, o material não tem potencial para destruir o hotel, mas apenas causar danos no andar. Ainda segundo a Polícia, o criminoso age sozinho. Atuam na inteligência do caso, além da Polícia Civil, agentes da Polícia Militar e da Polícia Federal.
O hotel onde o caso ocorre foi palco de uma polêmica, pois seria o local do emprego que garantiria o regime semiaberto ao ex- ministro José Dirceu, condenado no mensalão. Apesar de o PT ser uma sigla que majoritariamente foi contra a extradição de Battisti e o hotel ter sido palco desse episódio com Dirceu, as autoridades não confirmam qualquer ligação entre a revolta do criminoso com o PT.