O corpo da aposentada Leoni Maria de Sena Fonseca, de 66 anos, que morreu após passar mal durante o protesto de quarta-feira, 14, será enterrado nesta sexta, 16. Leoni estava em ônibus que foi obrigado a parar devido ao confronto entre a Polícia Militar e manifestantes que tentavam invadir a Câmara Municipal de São Paulo, no centro da cidade. A aposentada foi até um comércio na região, onde recebeu ajuda. Ela chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu. Há a suspeita de que Leoni tenha inalado o gás lacrimogêneo usado pelos policiais para dispersar o grupo.
À polícia, a gerente do estabelecimento disse que a aposentada chegou ao local passando mal e pedindo socorro. De acordo com o boletim de ocorrência, o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) foi acionado às 19h44 de quarta. Às 20h05, a gerente teria, novamente, ligado ao Samu, mas nenhuma ambulância chegou até o local. Devido a gravidade do estado de saúde de Leoni, a testemunha disse que recorreu a um posto da Guarda Civil Metropolitana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), os guardas levaram Leoni até o Hospital da Glória, mas ela não resistiu e morreu.
No relatório médico, a equipe que socorreu Leoni informou que a vítima sofreu parada cardiorrespiratória e arritmia cardíaca. Os médicos tentaram manobras de ressuscitação, sem êxito. De acordo com informações da SSP, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta um infarto agudo do miocárdio como causa da morte. O IML descreveu ainda que a vítima apresentava depósito de gordura em uma das artérias. O resultado definitivo do laudo sobre a morte de Leoni, incluindo exames toxicológicos, deve sair apenas em 30 dias.
O caso foi registrado como homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – no 8º Distrito Policial (Brás). No entanto, as investigações foram encaminhadas ao 1º DP, da Sé, região onde ocorreu a morte.