O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) abriu a sessão solene do Congresso Nacional em homenagem ao Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher, que transcorre hoje. Na mesa, foi registrada a presença das primeiras-damas do Brasil, Marisa Silva; e do Peru, Eliane Toledo; da secretária especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire; e da secretária especial de Políticas de Igualdade Social, Matilde Ribeiro. A abertura da sessão foi marcada pela apresentação do Coral de Crianças da Escola das Nações, de Brasília.
A primeira oradora e autora do requerimento pela solenidade, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), lembrou o escritor norte-americano Jack London, que disse ser o homem "o único animal que se diferencia dos demais por agredir as suas fêmeas". Ela destacou a luta que tem empreendido no parlamento brasileiro visando a redução da discriminação contra a mulher. Ao manifestar sua indignação com o fato, citou dados estatísticos registrando que 70% dos casos de violência contra a mulher ocorrem dentro da própria casa.
Serys ressaltou ainda existirem reflexos econômicos em decorrência desse quadro de violência. Conforme informou, o Brasil perde 10,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) devido às faltas ao trabalho de mulheres agredidas, o que gera um prejuízo anual da ordem de
R$ 100 bilhões. A deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) falou em seguida à senadora. Segundo Jandira, o evento marca o início de 16 dias de ativismo mundial de protesto contra a violência contra a mulher.
Mais ação
Na tribuna, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) pediu políticas públicas para a proteção da mulher e punições mais severas para os responsáveis por agressões contra as mulheres. Ela lembrou que a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, sendo que grande parte dessas vítimas sofre a violência dentro da própria casa. "São atos chocantes de violência impune", enfatizou, ressaltando que os dados citados estão longe da verdadeira realidade dos números desse tipo de crime no nosso país.
"Essa violência não tem classe ou raça, ela é visível, quando se tem marcas físicas de agressões, ou invisível, quando as mulheres sofrem agressões verbais, coação e ameaças, que acabam caindo na impunidade pela falta de coragem delas mesmas de se dirigirem às delegacias de proteção à mulher", disse.