Eduardo Azeredo se antecipa |
Brasília – O presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), deve se antecipar à decisão da CPI dos Correios de convocá-lo e vai comparecer espontaneamente terça-feira para depor. Neste mesmo dia, o ex-ministro José Dirceu vai depor no Conselho de Ética da Câmara Federal. O senador tucano deverá explicar aos integrantes da comissão os detalhes sobre o empréstimo de R$ 200 mil avalizado pelo empresário Marcos Valério para a sua campanha de 1998 para o governo de Minas Gerais.
O empréstimo foi concedido em 2001 pelo Banco Rural, a mesma instituição em que Valério tirou dinheiro a pedido do PT para o pagamento de dívidas de campanhas de candidatos do partido e de legendas da base aliada. Azeredo não é integrante da CPI, mas como é senador pode comparecer às sessões e pedir a palavra. Para evitar uma convocação, Azeredo deve usar essa estratégia e, quando fizer o pronunciamento, irá tratar de suas relações com Valério.
Se os integrantes da CPI considerarem as explicações suficientes, o presidente do PSDB não deverá ser chamado para outro depoimento. Por outro lado, se os parlamentarem quiserem mais detalhes, poderão convocá-lo para uma futura sessão.
A sessão de terça-feira da CPI seria, inicialmente, destinada apenas à votação de requerimentos. Dentre eles, um apresentado por petistas para convocar o senador tucano. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) já havia dito que os integrantes da legenda estudavam a possibilidade de evitar a convocação. A sessão deverá ser aberta. Na quarta-feira, os integrantes da comissão irão ouvir a diretora financeira da SMPB Simone Vasconcelos, que retirou pelo menos R$ 6,1 milhão em espécie do Banco Rural. Davi Rodrigues Alves, policial civil de Minas Gerais que teria sacado mais de R$ 4 milhões, será ouvido no mesmo dia.