Senador pede a quebra de sigilo do PT e do PTB

Brasília – O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), integrante da CPI Mista dos Correios, encaminhou à comissão requerimento para que seja pedida a quebra do sigilo bancário do PT e do PTB. Integrantes dos dois partidos são suspeitos de envolvimento num suposto esquema de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

A denúncia veio à tona a partir de uma gravação em que o ex-chefe do Departamento de Contratações da estatal Maurício Marinho aparece recebendo R$ 3 mil, que seriam adiantamento de propina. Marinho será o primeiro a depor na CPI, que vai ouvi-lo na terça-feira, dia 21. Ontem, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), reuniu-se com o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), para acertar os primeiros passos da investigação.

Segundo Delcídio, já foram convocados técnicos do Senado, do Tribunal de Contas da União, da Polícia Federal, do Banco Central e da Receita Federal para atuar na CPI. Delcídio pretendia se reunir ainda ontem com o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda.

Embora ainda não tenha analisado os 84 requerimentos apresentados pelos parlamentares à comissão, o senador acredita que depois da reunião de terça a CPI deverá começar a convocar outros dirigentes dos Correios. E também os envolvidos na gravação do vídeo no qual Marinho aparece dizendo que arrecada recursos para o PTB, presidido pelo deputado Roberto Jefferson.

Delcídio concorda com a tese do relator de que, por enquanto, a CPI deve ficar restrita a apurar as irregularidades nos Correios. Ele acha também que o depoimento de Jefferson ainda deve demorar: "Para ouvi-lo, temos de ter mais elementos. Vamos precisar de informações suficientes sobre o assunto". Serraglio se disse injustiçado com as acusações da oposição de que a comissão é "chapa-branca" e que defenderá os interesses do governo. "É uma elucubração. Por mais que eu trabalhe, já saio carimbado como chapa-branca. O governo não precisa", afirmou.

Mas o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), voltou a afirmar que o fato de a presidência da CPI ser ocupada por um líder petista impõe uma marca governista à comissão. O tucano sugeriu que seja escolhido um coordenador da bancada da oposição na CPI. Segundo ele, chegou-se a discutir a possibilidade de nomeação de um relator paralelo. Entretanto, por enquanto, essa proposta foi descartada.

"O Cesar (Borges, senador do PFL-BA que perdeu a eleição para presidente da CPI) queria começar ontem (quarta-feira), mas se ele jogasse para terça-feira seria natural. Eles tomaram uma atitude arriscada ao tentar controlar a CPI", afirmou o tucano, numa referência ao fato de a próxima reunião da comissão ter sido marcada só para o dia 21. Virgílio criticou também o fato de o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), ter dito que as investigações no começo devem estar limitadas às irregularidades nos Correios.

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