O Colegiado do Senado decidiu, na noite de ontem, aprofundar as investigações contra o presidente do Senado Renan Calheiros e concluir a perícia sobre seus rendimentos de R$ 1,9 milhão em quatro anos com a suposta venda de gados.
Com o continuidade do processo, Renan fica impedido de renunciar ao mandato. Na possibilidade de ser cassado, perderá os direitos políticos por oito anos a contar de 2010. Na reunião do Conselho um dos aliados de Renan, Wellington Salgado (PMDB-MG), apresentou requerimento convidando o presidente do Senado a depor. O convite deve ser aprovado em sessão do colegiado marcada para esta quarta.
Também nesta quarta, o bloco governista, PMDB e oposição devem indicar três nomes para a relatoria. É praticamente certo a designação dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES), Almeida Lima (PMDB-SE) e Demóstenes Torres (DEM-GO).
O único senador que defendeu o presidente do Senado, na sessão de ontem, foi Almeida Lima. Em longo discurso, o peemedebista pediu que o Conselho adotasse o procedimento de recomeçar do zero as investigações, invalidando as perícias feitas pela Polícia Federal (PF) e os depoimentos já colhidos.
A fragilidade de Renan ficou ainda evidente com a decisão, praticamente unânime do Conselho, de rejeitar o parecer do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) recomendando o arquivamento da representação contra Renan.
Um das principais defensoras de Renan, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), também mudou o tom e ao invés de apoiar o parecer de Cafeteira, como vinha fazendo, pediu que o Conselho atue com "celeridade e credibilidade" aprofundando a perícia da PF e as demais medidas necessárias para uma ampla investigação.
