O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP) obteve há pouco do juiz da 1ª Vara Criminal de Brasília, Roberval Belinati, encarregado do inquérito da Operação Aquarela, o compromisso de que vai encaminhar ao Senado a documentação sobre Gim Argelo, primeiro-suplente do ex-senador Joaquim Roriz, caso ele venha a assumir o mandato. Argelo é investigado por suspeita de corrupção, grilagem, sonegação de impostos e improbidade administrativa.
O juiz e os promotores do Ministério Público do DF, com quem Tuma se reuniu há pouco, informaram que receberão de volta da Procuradoria Geral da República a parte do processo relacionado a Roriz, uma vez que ele perdeu o foro especial de investigação.
Com relação a Argelo, Tuma disse que o necessário é ter toda documentação relacionada a ele para, se for o caso, abrir processo no Senado. Para o senador, o fato de Argelo estar fora do mandato e não ter assumido ainda, não deve ser impedimento para ser alvo de um processo por falta de decoro parlamentar.
"O grande problema se fez (a irregularidade) antes ou depois da posse não deveria existir, já que a ética tem continuidade em toda a vida de qualquer cidadão. O que a gente tem de lutar é para impedir que o mandato venha acobertar a bandidagem de quem quer que seja", disse.
Tuma agradeceu ao juiz Belinati e aos promotores a eficiência com que disponibilizara à corregedoria a parte do processo relacionado a Roriz, que renunciou na última quarta-feira. Na avaliação do senador ao tomar essa decisão (renúncia) o próprio Joaquim Roriz mostrou a gravidade da denúncia que existe contra ele.
"A sociedade quer que o comportamento ético e moral não se restrinja ao mandato parlamentar. Temos que buscar bloqueios para que os que patrocinarem delitos não encontrem resguardo no Congresso, ou em nenhuma outra instituição", afirmou.